quarta-feira, 12 de maio de 2010

O CACHORRO QUE RI


Este é o Biluzinho. Meu pai encontrou o cachorro na sarjeta, literalmente, quando ainda era um filhote. Levou para casa no mesmo dia. Parecia a coisa mais linda do mundo, pequeninho, peludinho, o rabinho balançando. Mas no mesmo dia, o pai descobriu que ele fazia coisas diferentes dos outros cachorros. Biluzinho ria. E ria muito. Era só chamar que ele vinha correndo, gengivas a mostra, dentes mais do que expostos. O cachorro cresceu e o riso só aumentou. Na última vez que estive lá em casa tirei estas fotos dele. Não acho engraçado. O riso dele me deixa até com um pouco de medo. Que isso? Cachorro rindo da gente? Isso até parece coisa do capeta... 





terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

E A NEVE EXISTE



A viagem para Nova Iorque fez com que eu conhecesse a neve de verdade. Comparo esta sensação a de quando descobri que Papai Noel não existia. Uma grande decepção. A neve existe e é linda, sim. Mas junto com ela aparecem mais problemas do que eu poderia imaginar.

Não é fácil viver em uma cidade coberta de branco. Mal dá para caminhar na rua. As fotos que tirei com a Mari na nevasca de quarta-feira foram feitas rapidinho, na beira das calçadas. E tudo porque atravessar a rua se torna uma operação de risco. Quando a neve não está alta, o que restou dela derrete, vira um gelo sujo, é escorregadio.

Nos canais de TV, não se fala em outra coisa. Os repórteres entram ao vivo dos quatro cantos da cidade mostrando como está a situação, que ruas estão bloqueadas. Todas as escolas fecharam em Nova Iorque. Os pais são pegos de surpresa. Precisam trabalhar e deixam os filhos sozinhos em casa. Ou faltam ao trabalho. Nos intervalos dos programas, as Tvs fazem vinhetas especiais em que as crianças aparecem na frente do aparelho e quando vêem escrito Heavy Snow comemoram como se fosse uma festa.


Se um dia é complicado, imagina uma semana assim? Um mês. Nesta estação, as nevascas estão mais frequentes por lá. E mais intensas. Bom é saber que os aeroportos estão preparados para isso. Ao contrário do Aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre, que fecha até por causa da neblina, o JFK, de NYC, consegue decolar em meio a grandes nevascas. Os funcionários retiram metros de gelo acumulado sobre a aeronave com um jato de álcool. Todo o avião recebe um banho de um álcool bem vermelho. Isso dura uma hora mais ou menos. E depois ele segue viagem, como se a enchente branca não estivesse tomando conta de tudo. Claro que tem muitos voos cancelados também. Mas aí eles levam em conta a situação dos aeroportos de chegada. No Brasil dos 40 graus, não existe risco nenhum.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

MUSEU DE CERA MADAME TUSSAUD'S


O Madame Tussaud's de Nova Iorque, em funcionamento há 10 anos, é uma das filiais do famoso museu de cera de Londres que também abriu as portas em Las Vegas, Amsterdam e Hong Kong. Em NY são umas duzentas estátuas de cera retratando celebridades que vão de Woody Allen ao Dalai Lama. Lá estão os principais presidentes dos Estados Unidos, incluindo o atual, Obama, que aparece junto com a esposa e autoridades de outros países, como o cubano Fidel Castro. Nada de Osama Bin Laden, claro. Tem o Papa João Paulo II, Lady Diana, Madonna, Angelina Jolie e Brad Pitt, etc.

A brincadeira ali é tirar foto com todo mundo. Isto não é fácil porque nenhuma fila é respeitada. Eu procuro não demorar muito para dar tempo a todos, mas minha companheira de viagem, a Mari, é mais minuciosa e quer tentar mais uma vez, e outra, e outra. Aí, já viu... O povo que está esperando fica furioso. A demora é muitas vezes causada pelos efeitos do flash da máquina ou da luz que está sobre a estátua. Quando a luz da bonecona de cera e a sua não ficam parecidas, a foto não sai legal. Tentar outra vez pode vale a pena. 

Em cinco andares, o museu se divide em seis áreas temáticas. Entre as centenas de personalidades estrangeiras, encontrei apenas dois brasileiros: Pelé e Airton Senna. Não tirei foto com nenhum dos dois porque as imagens eram péssimas. Airton, por exemplo, nem parecia ele. O ingresso deu direito a uma sessão de cinema 4D, que eu já conhecia de um parque de Canela, na serra gaúcha. E o cineminha brazuca foi bem melhor.


A entrada com todos os descontos e taxas dados naquele dia saiu por 32 dólares. Eu e a
Mari concordamos que não valeu a pena. Dinheiro demais rara tão pouca coisa. tenho até medo de ir ao museu de cera aberto no final do ano em Gramado. Garanto que ele não fica devendo em nada ao famoso de NYC. Se você tiver dinheiro para arriscar, boa sorte!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

MUSEU DE HISTÓRIA NATURAL DE NOVA IORQUE



A boa surpresa vem logo na chegada. O Museu de História Natural tem o preço sugerido de 18 dólares. Isto significa que eles gostariam que a gente pagasse este preço. Mas para que fazer isso se a gente pode pagar menos e gastar com o que quiser? Cinco dólares está mais do que bom. O museu tem exposições temporárias que a gente precisa pagar separadamente. Não fomos a estas. Tudo o que ele tem a oferecer vale muito o pouco que pagamos.


Ficamos algumas horas no MHN. E vimos quase tudo correndo. Quem quiser analisar em detalhes, deve dedicar um dia inteiro ao passeio. Dá para almoçar lá mesmo. Tem uma lancheria legal, embora meio cara. Está aí um bom lugar para gastar o que foi economizado no ingresso.

Quem conhece o Museu de Ciência e Tecnologia da PUC de Porto Alegre vai encontrar muita coisa parecida lá. Claro que isto significa uma pequena parcela do que o MHN pode oferecer. Para fãs de cinema, não há como não lembrar do filme "Uma noite no Museu", com Ben Stiller. Para os fãs de séries, ficou na memória o trabalho de Ross, de Friends, que trabalhava em um ambiente parecido. Ou, se não me engano, no próprio Museu de História Natural de Nova Iorque.

Pelas imensas galerias, encontramos ossos que formam esqueletos dos maiores dinossauros, baleias e tartarugas já encontrados. Um pedaço imenso de meteorito e a história destas pedras. E as preciosas? Tem pedras do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais. Um parte bem interativa mostra como o mundo está mudando nos últimos tempos. São os efeitos recentes do aquecimento global. Tem planetário explicando a explosão que formou o universo. Tem um pouco da história da formação de todos os povos. E animais empalhados em seu formato real. Montados em vitrines, eles reproduzem o cenário onde vivem ou viviam. É tão real que nas fotos eles parecem de verdade. Bem mais real que o famoso museu de cera Madame Tussaud's, de quem eu falo nos próximos dias. Para quem não é muito fã de museu, como eu, o de história natural de Ny vale muito o ingresso. Ainda mais que você paga quanto quer e a pessoa do caixa não faz cara feia.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

DO ALTO DO EMPIRE STATE BUILDING



KING KONG já esteve lá no alto. E no meio também, se agarrando entre os andares. A história do gorila gigante que invadiu Nova York é lembrada nas várias lojinhas de presentes espalhadas pelo Empire State Building. Um dos edifícios mais altos e mais famosos da cidade, ele já serviu inúmeras vezes de cenário para o cinema. O Empire também tem uma das vistas mais privilegiadas de NYC, claro. 



Fui aconselhado a ir no fim de tarde para pegar o pôr-do-sol e o início da noite. Valeu a pena. Disseram também para ir durante a semana porque no sábado e no domingo o número de turistas aumenta demais. Resolvi arriscar. Falei com a Mari e decidimos tentar ir no domingo. Bingo! Pouquíssimo movimento. Eu digo nas filas, porque lá, no alto, sempre tem gente e é um pega para capar em busca dos melhores ângulos da cidade. Primeiro compramos ingresso para chegar até o 82 andar. Ele tem um espaço razoável. Nada de um terraço amplo. A gente se aperta mas consegue tirar foto. Brabo é aguentar o vento. No fim da tarde, naquela altura, acho que era mais gelado do que no alto do Cerro Catedral, em Bariloche. Barbaridade! Para tirar as foto, sem luvas, as mãos ficavam duras de frio. A gente tinha que entrar para a parte coberta, senão começava a não sentir mais os dedos. Dava um desespero. 



Paguei mais 15 dólares para subir até o 102 andar. Ali sim o lugar é bem pequeno. Todo fechado - o que em parte é bom por causa do frio, mas apertado mesmo. Tem o elevador e uma estrutura redonda no meio e a gente circula ao redor dela. Ou tenta circular, porque se tem alguém mais gordo, isso já não é possível. Um casal de alemães imenso de gordo chegou na hora em que eu estava descendo. Eles ficaram no elevador com o ascensorista. Só eles três, porque não coube mais ninguém. Garanto que não conseguiram nem se mexer.

O Empire foi uma das estruturas mais altas do mundo por 40 anos. Hoje, diante de todas as Towers espalhadas pelo mundo, até que é pequeninho. Mas vale a pena subir até o andar 102 e ver os carros feito formigas lá embaixo.


Amanhã mostro as fotos do incrível Museu de História Natural, o maior museu do mundo. Tem animais empalhados dos quatro cantos do mundo. Tem ossos reais de dinossauros, baleias, tartarugas, pedras preciosas do Brasil, meteoritos... bah... coisa pra um dia inteiro.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A MAIOR LOJA DE BRINQUEDOS DO MUNDO


Diz o google que a maior loja de brinquedos do mundo é a Hamley´s, em Londres. Diz o guia espanhol em Nova Iorque que é a Fao Schwarz, na beirada do Central Park. Chegamos até ela por acaso. Estava nevando e o frio era de congelar o nariz. Entramos na Apple para nos aquecer e ver de perto as cobiçadas novidades de lá. É um lugar com internet liberada. Basta chegar e pegar o computador que você quiser. Quando saímos, a Fao nos chamou a atenção. Apesar da neve, dois funcionários estavam do lado de fora, vestidos de soldadinhos de chumbo. Simpáticos, nos recebem com um sorriso no rosto e abrem as portas para aquele mundo de fantasia. Fao Schwarz é incrível... 

Nos três andares, tem brinquedos para todos os gostos. O que deixa a gente criança de novo, logo na entrada, são os bichos de pelúcia. De tudo quanto é tipo, de todos os tamanhos. Zebra, pinguim, urso panda, rato, elefante, girafa. Estão todos lá. Se quiser a turma os Muppets, é só caminhar para o fundo do primeiro piso. Tem um canto especial para eles. Além dos bonecos, eles vendem as roupas dos bichinhos. E elas ficam girando no alto, em um varal. Tudo muito colorido para despertar a atenção. E prender a gente por lá.

No segundo piso, encontrei um cantinho do Harry Potter. Saquinhos com sementes mãgicas, corujas, livros e chapéus. Todos os chapéus usados pelos personagens do filme de Harry estão lá. Dediquei uns quinze minutos experimentando e tirando fotos.

As meninas devem enlouquecer. A ala de bonecas é pra deixar qualquer pai com vontade de fugir para não ter choro. Tanta coisa que os pequenos ficam com os olhinhos arregalados, procurando novidades e querendo levar embora. Tem uma parede só com diferentes versões de bonecas de bebês. E uma funcionária boazuda vestida de enfermeira. Ela mostra os "recém-nascidos" para as crianças. Os pais que passam ali demoram mais do que em qualquer outro lugar da loja.

Há uma parte com livros, com jogos, com mágicas. Eu parei num lugarzinho que tinha tudo dos Smurfs. Adorava os Smurfs. Até agora não sei porque não lançaram os desenhos deles no Brasil. Comprei cinco miniaturas dos duendes azuis. Papai Smurf, Smurfet, Vaidoso e um Smurf cinegrafista e outro com uma claquete na mão. 3 dólares cada um. Acho que quem vai a Nova York precisa dar uma passada por lá. Todo mundo tem criança na família, filho de amigos, de conhecidos. Ou então passa só para ver e lembrar do tempo em que a fantasia garantia nossa felicidade.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A LUVA E O LIVRO


Andar pelas ruas de Nova Iorque no inverno exige cuidado redobrado por causa da quantidade de coisas que a gente precisa carregar. Luva, manta e protetor de orelha são o básico do básico. E cada vez que se entra em uma loja, “bora” tirar tudo de novo. E aí você coloca uma das luvas embaixo do casaco pesado e quando vê ela não está mais lá. No sábado, a Mari perdeu o protetor de orelhas e eu perdi meu par de luvas de couro com pele por dentro. Havia anos que eu tinha. Eram ótimas para fazer bonecos de neve. E se foram. Precisei comprar luvas novas.

A luva da mão direita eu perdi no Central Park. A gente vai tirando uma foto aqui, outra ali e sempre tira a luva porque senão não consegue bater. Chegou uma hora em que a luva não estava mais comigo. Voltei pelo mesmo caminho onde estava, procurando. Nada. A Mari sugeriu que fosse até um dos bancos, perto de um lago congelado que ainda não foi abandonado pelos patinhos. Fui até lá. No banco onde havia sentado estava um livro. Ninguém por perto. Só o livro. Pensei em voltar de mãos vazias, mas fiquei pensando se alguém não teria trocado a luva pelo livro. Ou se não seria uma daquelas brincadeiras de encontrar um livro e deixar outro. Pode ser. O fato é que uma hora depois eu perdia a outra mão da luva, sabe-se lá onde. Antes, fiz a foto dela ao lado do “book”. O livro é sobre a história da natação. Nada apropriado para os lagos congelados do parque. Mas está aqui comigo e até pensei em levar para o Brasil. Acabei desistindo. Vou deixar para uma camareira ler. A mala está pesada demais e o livro pode fazer a diferença.

Nesta terça-feira fez 5 graus de tarde. Uma temperatura que até então não havíamos sentido por aqui. E como não tinha vento, acabamos dispensando até as luvas. Uma maravilha poder andar na rua sem elas. Ficaram guardadas na sacola, claro. Perder de novo já seria demais.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

DANÇANDO NO PALCO DA BROADWAY


Assistir a um dos musicais da Broadway é tarefa obrigatória na lista elaborada para turistas em Nova Iorque. São muitas as opções. Os teatros próximos a famosa avenida que cruza a Times Square trazem clássicos como Mary Poppins, O Rei Leão, O Fantasma da Ópera, Chicago, Billy Elliot, Mamma Mia, A Família Adams e alguns com artistas de Hollywood. Catherine Zeta-Jones faz A Little Night Music. Existem também os espetáculos off-Broadway, que são atrações menos conhecidas, mas que muitas vezes deixam de ser off, ou seja, passam a fazer parte da lista dos grandes espetáculos.

Na Times Square, no dia das apresentações, são vendidos tickets para os shows pela metade do preço.
Decidimos ver o famoso Hair, que revolucionou o gênero nos anos 60, antes de rodar o mundo. Teve até uma montagem no Brasil com Sonia Braga. Eu já conhecia várias músicas e sabia que o elenco ficava pelado. Até com temperaturas abaixo de zero. E lá fomos nós. Como sempre, fotos proibidas, indicavam os cartazes. Só que ao contrário do Brasil, aqui, quem ousar tirar uma fotografia é retirado do teatro e responde a um processo criminal. Bem diferente do que se vê em terras tupiniquins.

A atual versão de Hair foi montada em 2009 e é recheada de jovens com vozes potentes e corpos sarados. O The New York Times chamou de retumbante, maravilhosa. Eu, um avesso a musicais desde os filmes do Elvis Presley na Sessão da Tarde, não posso falar nada menos do que isso. Direto do túnel do tempo, os amigos de Claude (Gavin Creel) se envolvem em aventuras de paz e amor. O ator Gavin Creel, de 32 anos, nunca fez um filme segundo o site IMDB, mas poderia despontar em qualquer série jovem. Tem cara e talento para isso. Sasha Allen, a Dionne, que abre a peça com a célebre Aquarius, deixa a gente sem piscar quando está cantando.

São duas horas de espetáculo com um intervalinho de 15 minutos onde o povo bebe como se estivesse em uma festa. No fim do primeiro ato, apenas Claude não tira a roupa. Os outros balançam de um lado para outro como se estivessem em casa.

A surpresa veio no final. Os atores convidam o público para subir ao palco e dançar com eles Let the Sun Shine In. Eu e a Mari podemos ficar bem perto da mocinha Sheila (Caissie Levy), sósia de nossa colega Nuria Saldanha, do Canal Rural. De repente, vimos que tinha gente tirando foto. Epa! Peguei minha câmera na hora. Estava registrada nossa passagem pela Broadway e em grande estilo. Mais uma foto do palco para a platéia antes do guarda chegar com o “no pictures, please”. E não fomos presos.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

PATINAÇÃO NO GELO NO CENTRAL PARK


Aceite o conselho de alguém que nunca andou de roller: não invente de patinar na pista de gelo do Central Park. Meus hematomas, dois dias depois da aventura, são a prova do perigo para leigos no assunto.


O cenário da pista é daqueles que enchem os olhos. Ela é figurinha fácil em filmes e até novelas da Globo. Dezenas de pessoas patinam ao mesmo tempo. A maioria desliza sobre o gelo na verdade. E tem aqueles que fazem piruetas. Mas o que me fez desembolsar 21 dólares para alugar os patins foram as criancinhas que costuravam a pista no meio dos adultos. Não estou falando de gurizinhos de cinco, seis anos, não. São crianças de dois ou até quem sabe de menos que isso. São quase bebês de colo, que ainda nem largaram a teta e já têm desenvoltura para patinar melhor do que caminham. É sério! Essas crianças parecem adultos na pista de gelo e fora dela caminham como pinguinzinhos desengonçados. Qualquer uma delas era melhor que eu diante de um vergonhoso desempenho.

Para começar, mal conseguia andar no chão mesmo, que dirá deslizar no gelo com os patins. Fui me agarrando nos muros de proteção, enquanto os patins tentavam de toda a maneira me jogar no chão. Ia patinar e não conseguia. Em instantes, estava esparramado sobre o gelo. Era o primeiro de quase dez tombos.

Um dos instrutores veio me ajudar, disse que tinha de deixar a perna bem mole e ir patinando, passo a passo. Ótima dica. Adiantou para que eu caísse pela segunda vez, pela terceira, pela quarta e por aí vai. A cada queda, ia sentindo mais dores pelo corpo. Caí com os cotovelos, com as palmas das mãos, de costas, de bunda, de lado. E só resolvi parar quando um dos piazinhos de dois anos parou diante de mim, estabacado no chão e começou a rir, apontando com o dedo para que a mãe também visse tamanha bizarrice. Devolvi os patins e espero não repetir a experiência. A lição que ficou para mim foi que patinação no gelo é que nem banana boat: fiz uma vez para não repetir nunca mais na vida.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

VISITANDO A ESTÁTUA DA LIBERDADE


Tem gente que não sossega enquanto não bate o olho de perto neste monumento que é um dos maiores símbolos norte-americanos. Um presente dos franceses para os Estados Unidos, a Estátua da Liberdade está de pé desde 1886. Mas garanto que naquela época era bem mais tranquilo para fazer uma visita. Hoje, o medo do terrorismo fez os EUA tratarem os turistas como palhaços. Para visitar a estátua, mais do que tempo, é preciso ser paciencia. E como todo mundo sabe, ela tem limites.

Os ingressos para o barco que leva até a ilha, pelo Rio Hudson, são comprados no Battery Park, próximo ao distrito financeiro de Nova Iorque e ao Marco Zero, onde ficavam as torres do WTC. No inverno, tem que ir bem agasalhado porque o vento que vem do rio ali na beirada é de lascar. Eu deixei só o nariz e os olhos de fora e parecia que eles iam congelar.

Tinha bastante fila para comprar o ingresso. Esperar é um exercício que naquele momento os visitantes começavam a treinar. 12 dólares a passagem que dá direito a um parada na Ellen Island, antes de regressar para a cidade. Nesta ilha fica o museu da imigração. Só que isso é só na volta. Deixa eu explicar o que vem antes. Mais fila, claro. Agora para uma revista mais detalhada que aquela feita na hora do embarque nos aviões. Prepare-se para retirar quase tudo que está usando. Velhinhas trêmulas eram obrigadas a tirar os casacos e blusões e ficar muitas vezes de regata porque os caras mandavam. Com tanto preciosismo, esta revista demorava alguns bons minutos, dentro de um pavilhão improvisado. Aí é só esperar a chegada do barco. Outra fila. Ele tem três andares e muitos vão se aboletar lá no alto para tirar a melhor foto. Nem precisa. Do segundo andar, tiramos fotos passando ao lado e na frente do monumento.

A ilha onde fica a estátua é pequena. Tem um restaurante, um centro de informações, uma lojinha de badulaques e a própria Liberdade, com um museu aos seus pés contando toda a história da construção, as reformas, o uso da imagem em revistas, troféus, quadros, etc. Mas antes de chegar no museu e subir neste terraço que fica embaixo dela, adivinha... Tem uma nova revista.

Os guardas mal encarados que parecem saídos de filmes dizem que não podemos entrar com sacolas, bolsas, garrafas de água ou alimentos. É preciso alugar um armário na loja para deixar as coisas. Custa um dólar e a máquina explica como fazer até mesmo em portugues. A gente grava as digitais e depois só com aquela digital para abrir de novo o armário. Finalmente, ingressamos em um novo pavilhão montado para a próxima revista. E aqui, meus senhores, o cuidado é ainda mais extremo. E por isso, exigiu de nós mais meia hora de espera, sendo que o armário, aquele da digital, só guardaria as coisas por duas horas. Depois, cobrava mais caro. A fila foi ficando imensa, imensa, fazendo voltas. Muita gente desistiu.

Desta vez, os guardas nos levavam para uma máquina que tinha nome de scanner. Parecia uma daquelas de tomografia computadorizada, só que em pé. A gente entra nela, abre os braços, o troço faz um barulho estranho e sopra um vento dos pés até a cabeça do analisado. Quando a luz verde acende, a gente pode sair. E aí, pegando os casacos todos de novo, vestindo as luvas, a toca, o protetor de orelha e lendo o aviso. Para o terraço da estátua são 156 degraus porque o elevador não está funcionando.

Não é mole. Cheguei lá em cima com a língua de fora. Aí tiramos umas duas fotos, uma panorâmica e descemos. Veja bem... neste ponto do passeio, a coisa já está bem cansativa. Se quiser, pode dar uma passada na loja para comprar lembranças da estátua. Tem bonés, imãs, camisetas, o diabo a quatro com a imagem da dita cuja. Se deu fome, o único restaurante serve aquela junke food, cheia de batata, cebola frita, bacon, ovos, hamburguer... essas coisas que me revoltam só de pensar.

Para esperar o barco de novo, siga a fila da direita no pier que é a de Nova Iorque. O que tem de gente indo na da esquerda e indo parar em Nova Jersey não é mole... Espera, espera... Chega o barco, sobe, ansiedade pra voltar logo pra cidade. Ah... não esqueça da parada em Ellis Island, aquele lugar que tem o museu. Dá um desânimo quando eles param lá. Eu e a Mari estávamos tão cansados que decidimos não ver o museu. Ficamos na balsa que pegou o povo que estava saindo de lá e finalmente, quinze minutos depois, sentíamos novamente o vento gelado de Battery Park.

Não sei nem dizer se vale a pena... É tanto stress para ficar tão pouco tempo na estátua... Se alguém quiser ir, é melhor tirar suas próprias conclusões. Passeio no inverno é sempre mais difícil. Quem sabe em outra estação, com um céu azul bonito, a estátua passe algo mais do que ser um simples cartão-postal.