quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

CADEIA NELE JÁ


Lembro do jornalista Luiz Carlos Alborghetti como um grande ícone trash televisivo. Vi pela primeira vez o programa CADEIA NACIONAL na Rede OM de Televisão que pegava na parabólica lá de casa. Meu pai também gostava de ver para rir, embora as cenas fossem horrorosas, sempre com o pior dos crimes no estado do Paraná. Mas Alborghetti era engraçado na sua louca cobrança por justiça. Com um porrete na mão, ele batia contra a bancada do programa e berrava alto: vagabundo aqui no Paraná não se cria. Cadeia nele já, cadeia nele já, cadeia nele já. E sobre a foto do bandido apareciam as grades colocadas pela arte da tv. Todas as notícias eram apresentadas com uma toalha no pescoço. É que no seu desesperado apresentar, Alborghetti se cansava e suava como em uma corrida. Enquanto tentava se acalmar, ficava limpando o rosto, a testa, o pescoço, sem se preocupar se aquilo poderia parecer nojento para os telescpectadores. Quando a imagem das grades não entrava sobre a foto do bandido, ele brigava com o diretor: é uma pouca vergonha, dizia. A gente acorda de madrugada, dá a vida por isso e só leva no rabo. Bota o cadeia nele aí, diretor f.d.p.



A carreira começou no rádio, em 1976, em Londrina. Sempre com tom inflamado e desafiando os criminosos, ele conquistou o público e fez de muitos seus eleitores. Foi vereador, e deputado estadual por duas vezes. No final da carreira, sem patrocínio, trocou as emissoras de tv pela internet, onde transmitiu o Cadeia em 2007 e disponibilizava os programas em sua comunidade oficial do Orkut. Nos últimos tempos, voltou ao rádio. Morreu de câncer de pulmão hoje à tarde, em Curitiba.




Para muita gente, Alborghetti é considerado o professor do Ratinho. Foi com ele que Carlos Massa aprendeu o jeito despojado de falar diante das câmeras. No final do programa que transmite ao vivo pelo SBT, Ratinho falou do amigo. Disse que Alborghetti não quis receber suas visitas em Curitiba durante a doença. Não queria ser visto por ninguém. Morreu ao lado da família.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A IDADE DA LEILA LOPES

O Antonio Carlos Macedo, apresentador da Rádio Gaúcha, foi bem claro ao ler a notícia que se espalhava pelo país na manhã de quinta-feira: Leila Lopes não tinha 40 anos como estava sendo anunciado. Segundo o Macedo, Leila foi colega de aula da irmã dele, que já tem mais de 50. Os números não batiam.

Artista que oculta a idade ou mente na cara dura tem bastante por aí. O curioso é pensar que a mentira de Leila vem de muito tempo atrás. Leila  ficou conhecida em todo o Brasil como a professorinha Lu da novela Renascer, de 1993. Chegou a ser chamada de a nova namoradinha do Brasil.

Na época, a apresentadora do Jornal Hoje, Cristina Ranzolin, fez uma matéria com ela para o programa de sábado. Levou até um chimarrão para tomar com a gaúcha de Esteio. Veja no vídeo a idade que Leila disse que tinha em 14/08/1993.



Se seguíssemos a linha normal de tempo, a atriz teria morrido esta semana aos 41 anos. Mentira! Ela tinha meio século de vida. Fico pensando no momento mágico em que se joga 10 anos da vida fora. É uma baita de uma mentira, uma mentira que você passa a assumir para o mundo inteiro. Quando estreiou na tv, em 1990, na Manchete, Leila tinha 31 e do dia para a noite passou para 21, como se estivesse chegando na maioridade. E já era balzaquiana... Que loucura isso! Por mais que eu tente, não consigo imaginar como alguém consegue fazer isso. Tente, você. Jogue 10 anos fora. Vou tentar aqui: acabo de fazer 25 anos, 25 anos. Eu tenho 25 anos. Não dá. A mentira de Leila não teve perna curta, mas ser desmascarada depois de morte é algo que a atriz não merecia. Não precisava. É mais feio do que fazer filme pornô.