Amanhã eu tô indo viajar. Mais de uma semana. E não estou tranquilo. O que me incomoda não é o tempo nem o trabalho que terei nos próximos dias. É o aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Só ele. E precisa algo mais? Durante os nove dias em que estarei fora, terei dois pousos no local da maior tragédia aérea da história do país.
02/08 JJ3052 POA 13:00 .................. CGH 14:26
JJ3222 CGH 15:35 .................. CNF 16:40
04/08 JJ3239 CNF 12:08 .................. CGH 13:24
06/08 JJ3019 CGH 22:00 ...................CWB 22:57
09/08 JJ3439 CWB 10:50 .................. POA 11:50
JJ3222 CGH 15:35 .................. CNF 16:40
04/08 JJ3239 CNF 12:08 .................. CGH 13:24
06/08 JJ3019 CGH 22:00 ...................CWB 22:57
09/08 JJ3439 CWB 10:50 .................. POA 11:50
A última vez que estive em um vôo que chegou lá foi em 16 de julho, vinte quatro horas antes do acidente com o avião da TAM. Naquela segunda-feira, chovia tanto ou mais do que na terça. O avião demorou quarenta minutos além do previsto para pousar. Por causa da pista ou do excesso de aeronaves no solo? Nunca vou saber. Mas dentro do avião, todo mundo estava preocupado. Imagina se soubéssemos o que aconteceria ali, bem pouco tempo depois.
Hoje não me importo se terei de esperar uma, duas, três horas. Nem iria reclamar se o vôo fosse cancelado, se os atrasos me fizessem perder a conexão. Só o que eu não queria era pousar de novo em Congonhas. Não sei se é melhor ficar de olhos abertos ou fechados quando o avião tocar o solo. Não sei se gostaria poderei estar ouvindo música ou pensando no barulho do mar. Só sei que amanhã, de tarde, gostaria de estar em qualquer lugar, menos no aeroporto de Congonhas.