quarta-feira, 29 de abril de 2009

DO NADA PARA LUGAR NENHUM



Quem vê o Uruguai assim, de perto, pode pensar: que monstro rio. E é mesmo. De uma margem a outra tem quilômetros de distância. Mas a profundidade em alguns pontos é tão pequena que nem a balsa que faz a travessia do Brasil para a Argentina está funcionando. Os moradores de Porto Vera Cruz não têm como chegar até a vizinha Panambi que fica do outro lado. A balsa fica parada porque pode não chegar ao seu destino.

Segundo o balseiro Taffarel, primo do famoso goleiro da seleção, não adianta nem tentar fazer a travessia. O rio está mais de dois metros abaixo do nível normal. "Tem sessenta, setenta centímetros em média. Não tem como passar", diz ele.

Como a nossa série de reportagens sobre a seca quer mostrar o que acontece também do outro lado, ficamos empenhados, hoje. Barcos e lanchas também não podem passar, porque o balseiro do outro lado não permitiria. "Se não passa a balsa, não passa mais nada", explicou o secretário da agricultura de Porto Vera Cruz, Flavio Seimitz. Então tá. Ficamos diante da balsa parada, só olhando para a Argentina. A ideia era mostrar a situação dos produtores de fumo, a principal cultura por lá. A falta de umidade prejudicou a safra, segundo o secretário. Para ver o lado argentino da estiagem, apostamos na viagem de amanhã, até Porto Xavier. Parece que lá, está tudo certo com a balsa. Assim espero.

Nenhum comentário: