O balão foi descendo, descendo... e quando encostou na água, deu um solavanco e começou a encher. Eu só fiquei apavorado quando meus tênis já estavam ensopados. O Serginho parou de gravar e o cara da ONG começou a enviar sinais de alerta. Foram minutos de pânico, assim, no meio do Guaibão. De repente se aproximaram umas lanchas. A guarda costeira, disse o cara. Sei lá. Chegaram perto e eu achei que iriam nos resgatar. Mas não. O sujeito pediu uma mão para tirar o balão da água, soltou uma nova baforada de fogo dentro dele e nos jogou no céu de novo. Quase que eu me joguei de tanta raiva.

Quando está lá no alto, até que a paisagem impressiona. A foto que tirei no meu antigo V3 mostra as ilhas. E é um voo tranquilo, calminho, parece que a gente está parado lá em cima. O que me faz detestar tanto o balão é aquel maldito fogo que mantém ele voando. É quente demais. Nunca senti tanta falta de um chapéu ou de mais cabelo nem que fosse. Parecia que o cocoruto da minha cabeça estava sendo assado. É sério. Um calor insuportável. Eu já tinha até desistido de gravar passagem para a matéria. Naquele aperto da cesta do balão, suado ao extremo, furioso, eu era a vermelhidão em pessoa. Não via a hora de o passeio chegar ao fim. Mal sabia que o problema estava apenas começando.
Esse negócio de deixar suspense no final do parágrafo não é meu, não. É coisa do Dan Brown. Como acabei de reler Anjos e Demônios para ver o filme no fim-de-semana, peguei a mania de fazer tchan tchan tchan tchan para manter o mistério e prender o leitor.
Mais de meia hora de voo e o sujeito da WWF disse que iríamos pousar em um campo em Guaíba (no município). Equipes de apoio já estavam indo para o local onde iriam nos esperar. Só que o mesmo cara que nos jogou na água acabou fazendo uma aterrisagem mal sucedida no lugar errado. Nào foi no campo combinado com as equipes de apoio. Foi em um campo do exército, com cercas altíssimas e sem nenhuma pessoa paar abrir os portões naquele sábado tranquilo.
Não preciso dizer que a matéria não entrou no Jornal do Almoço, né? Ficou para de noite. Embarrados e ainda úmidos pelo lago que banha a capital, só conseguimos chegar na redação na metade da tarde. Isso de pois de meio mundo acionar o exército e nos tirar de lá. É por isso que não pretendo voar de novo em um balão. Tem coisas que a gente não precisa passar duas vezes.
6 comentários:
Mimoso, como eu ri lendo este teu post... consegui imaginar a tua cara de brabo com tudo aquilo, resmungando e xingando o cara!!! hahahahaahahaha
Sei lá, esse fogaréu aí não é meio anti-ecológico (não sei e nem vou aprender essa regra do hífen - ela não faz o menor sentido)?
Acho que o único vôo ecologicamente correto é o de asa-delta. Vai encarar?
Preciso emagrecer antes...
hahahaha.... vc é muito bom. adoro seu textos!
um detalhe: acho que fui eu quem produziu essa matéria. lembro bem de insistir com o assessor da WWF para o nosso repórter poder voar no balão e ele insistindo que tudo dependia das condições do vento...
bjo
Sempre quis voar de balão... já até planejei ir pro balonismo de Torres, mas não deu...
Mas vou lembrar, de nunca dar pairadas rasantes sobre leitos d´agua... hehehehe Pode não ter guarda costeira pór perto...
Aprendeu direitinho com o Dan.
Abraço
Lu K.
Por que você insistiu tanto com o assessor???
kkkkkk
Postar um comentário