Ela é um monumento da música brasileira. Ivone Lara da Costa, aos 87 anos, parece ter fôlego de menina. Vai lançar até o final do ano o primeiro DVD de sua carreira. Os ensaios para a gravação estão a todo vapor na casa de shows Canecão, no Rio de Janeiro.
A trajetória de vida é cheia de dramas. A mãe morreu quando ela tinha três anos. O pai se foi quando a adolescente chegou aos doze. Dona Ivone foi criada pelos tios e com eles aprendeu a tocar cavaquinho e a gostar de samba. Casou-se aos 25 anos com um carnavalesco e na própria escola compôs as primeiras músicas. Foi a primeira mulher a fazer parte da ala de compositores de uma escola de samba no país. Formada em enfermagem, trabalhou como assistente social até a aposentadoria, em 1977. Aí, começou a se dedicar só a carreira artística e teve suas canções interpretadas por Clara Nunes, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Paula Toller e Beth Carvalho.
Não sou fã de samba. Mas ouvir uma música na voz da Dona Ivone é de arrepiar. Foi por isso que no ano passado, quando ela esteve com Leci Brandão aqui em Porto Alegre, pedi para tirar uma foto com a dupla. Vai ser uma recordação eterna. Muito gentil, a doce senhora quase beirando os 90 anos, atendeu a todos que pediram atenção. Repare na postura dela para tirar o retrato. É ou não é uma grande dama? Obrigado, Dona Ivone.
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