OS CABOS SUBMARINOS QUE ATRAVESSAM OS OCEANOS

Na era da tecnologia, quando um clic da internet atravessa o planeta em segundos, o mundo ainda utiliza cabos submarinos para a transmissão de mensagens. Imagine o trabalho que isso deve dar para ser instalado... Navios especiais desenrolam os cabos contidos em grandes carretéis. E vão emendando, emendando, emendando. Os cabos são envolvidos com fibra óptica. Os mais modernos, é bom que se diga, porque os antigos utilizavam o cobre mesmo. O maior medo era que eles fossem mordidos por tubarões.

Sempre achei que algo assim nunca poderia dar certo e acabo de descobrir que durante um século e meio esta era a alternativa mais viável. O primeiro cabo submarino telegráfico foi instalado em 1850, entre a França e a Inglaterra. Em 1866, um deles atravessou o Atlântico pela primeira vez. Tudo financiado pelo norte-americano Cyrus W. Field e pelo cientista inglês Lord Kelvin. Só no século XX, o desenvolvimento de cabos mais duráveis viabilizou o uso para a telefonia. Em 1956, o primeiro cabo telefônico transatlântico ligou a Escócia e o Canadá, com 36 circuitos de voz. Isto se tornou possível graças aos repetidores de válvula eletrônica, que podiam operar, sem necessidade de assistência técnica, por no mínimo vinte anos e em profundidades de até 3.660m.

O lançamento de um cabo submarino é uma tarefa extremamente difícil e criteriosa. Seja em um oceano, um rio, um lago ou no mar. Mas apesar disso, a importância deles não diminuiu com o tempo. Segundo o site Observatório da Imprensa, a vasta rede de cabos submarinos intercontinentais permitiu acesso à internet de alta velocidade a preços mais baixos, além de ligações de longa distância para quase todos os lugares do planeta. Ainda hoje. Há dois meses, começaram a funcionar os primeiros quilômetros de cabos submarinos para servir à África Oriental. De propriedade de investidores africanos, eles se estendem da África do Sul, passando por Moçambique, Madagascar, Tanzânia e Quênia, até se dividirem para França e Índia. "Pela primeira vez, as pessoas da região estão tendo acesso à auto-estrada global da internet", afirma Alan Mauldin, da TeleGeography, empresa americana de pesquisa de mercado.

É ou não é impressionante? Que baita matéria acompanhar a colocação destes cabos em alto mar!