segunda-feira, 8 de outubro de 2007

NO AR, MAIS UM CAMPEÃO DE AUDIÊNCIA



Um crime. É a primeira imagem que me vem à cabeça quando lembro de uma novela. Minhas irmãs foram a um baile e pediram que eu assistisse ao que iria acontecer em “Pai Herói”. Era sábado de carnaval. Fevereiro de 1979. A bailarina Carina Brandão, interpretada por Elisabeth Savalla, estava em Bariloche, na Argentina, na beira de um lago. Não sei porque ela tinha fugido, nem o motivo de terem ido até lá para matá-la. Mas a imagem do final do capítulo, com a protagonista da novela na mira da espingarda, eu jamais esqueci.



Durante a década de oitenta, eu assisti a todas as novelas da Globo, em todos os horários. É de 1985 a melhor trama exibida às 18h: A Gata Comeu, reprisada três vezes até agora. Fera Radical, de 1988, fica em segundo lugar, com minha musa Malu Mader no papel principal. Às 19h, ela também esteve em Tititi (1986), a segunda melhor do horário. Em primeiro, a clássica “Que Rei Sou Eu?”, uma sátira de capa e escada. Também nos anos oitenta figuram as campeãs do horário nobre. Na ordem, para mim, em terceiro fica “Roque Santeiro” (1985), em segundo “Tieta” (1989/90) e no topo do pódio, “Vale Tudo” (1988). Quem matou Odete Roitman?
Um crime, no final de setembro, de novo, parou o país. Para saber a identidade do assassino de Taís, a gêmea má de “Paraíso Tropical”, muita gente não saiu de casa. Eu tinha dois aniversários para ir. Em um salão de festas e em um bar. Nos dois locais, haviam aparelhos de tv para acompanhar o último capítulo. A apresentadora de TV Tania Carvalho disse que também foi a uma festa na noite de sexta, mas os convidados só começaram a aparecer lá pelas 23h, depois de saber o final da novela. Ela acha isso um absurdo. Eu fico entusiasmado. É como se as novelas continuassem tão boas quanto naquele tempo, em que eu adiava qualquer compromisso para assisti-las. Os crimes da ficção, pelo menos eles, continuam a chamar a atenção.

Um comentário:

TatiPy disse...

Ai, eu perdi essa coisa de ver novela um tempo depois de sair da faculdade. O que é realmente uma pena, já que tenho uma página de TV diária no jornal (no findi, são duas).
Mas lembro que comprei o videocassete pra rever Felicidade, logo que me instalei em Porto Alegre, em 1998. Custava uma fortuna, ainda. Foi o primeiro bem que adquiri. E tudo por causa do Vale a Pena Ver de Novo.
Bons tempos...