O joão-de-barro é um dos pássaros mais populares do Brasil. O nome científico dele é Furnarius rufus. Tem as penas com cor de terra e a parte superior um pouco mais escura, porte semelhante ao do sabiá, aproximadamente 20 centímetros. As fêmeas dormem sozinhas nos ninhos, quando estão com ovos ou filhotes. Constróem o ninho em formato de forno, um para cada ano, embora possam reformar algum velho. Os ninhos são construídos com barro, esterco e palha, com predominância do primeiro e em local aberto.
O casal trabalha em conjunto e as irregularidades da superfície são corrigidas com reboco. O ninho é contituido de um vestíbulo e pela câmara incubadora. A entrada está sempre voltada em direção contrária à dos ventos predominantes. O macho e a fêmea trabalham em diversos ninhos ao mesmo tempo. Em condições favoráveis demoram 18 dias para terminar o ninho e depois de 3 dias o casal começa a preparar e forrar a câmara incubadora.
Alimentam-se de insetos e suas larvas, aranhas. Podem ocasionalmente ingerir sementes. Vivem no campo e são abundantes nas fazendas da região sul, parques e cidades onde não se importa com a presença humana. Ocorre nas regiões Sul, Sudeste, leste e nordeste da Bahia e até o sul do Piauí.
Agora a parte que me deixou mais impressionado. Diz a crença popular que o joão-de-barro empareda dentro do ninho a fêmea que o tenha traído. Pessoas adultas, mesmo com relativa experiência de vida, afirmam isto com a maior convicção. Esta estória imputa ao joão-de-barro duas pechas. Primeiro, a de que suas esposas são capazes de trair. Segundo, a de que os maridos são capazes de cometer assassinatos passionais.
Muitos sites dizem que tudo não passa de mito. E este mito pode ter surgido de dois fatos. O primeiro é de que alguns ninhos abandonados do joão-de-barro são aproveitados por abelhas indígenas como a uruçú-mirim, para fazerem sua colméia. As abelhas fecham a entrada do ninho com uma cera, dando a impressão de ter sido fechado pela ave. Mas olhando-se mais atentamente nota-se o engano.
Agora, as fotos da tal fêmea aprisionada, não consegui ver. Meus amigos dizem que já apagaram. E eu não encontrei em lugar nenhum da internet. Prefiro acreditar que é tudo lenda mesmo. Rotular o João de corno e assassino é demais!
Um comentário:
coitado do joão de barro! prefiro acreditar que isso tudo é uma lenda!
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