sábado, 6 de fevereiro de 2010
VISITANDO A ESTÁTUA DA LIBERDADE
Tem gente que não sossega enquanto não bate o olho de perto neste monumento que é um dos maiores símbolos norte-americanos. Um presente dos franceses para os Estados Unidos, a Estátua da Liberdade está de pé desde 1886. Mas garanto que naquela época era bem mais tranquilo para fazer uma visita. Hoje, o medo do terrorismo fez os EUA tratarem os turistas como palhaços. Para visitar a estátua, mais do que tempo, é preciso ser paciencia. E como todo mundo sabe, ela tem limites.
Os ingressos para o barco que leva até a ilha, pelo Rio Hudson, são comprados no Battery Park, próximo ao distrito financeiro de Nova Iorque e ao Marco Zero, onde ficavam as torres do WTC. No inverno, tem que ir bem agasalhado porque o vento que vem do rio ali na beirada é de lascar. Eu deixei só o nariz e os olhos de fora e parecia que eles iam congelar.
Tinha bastante fila para comprar o ingresso. Esperar é um exercício que naquele momento os visitantes começavam a treinar. 12 dólares a passagem que dá direito a um parada na Ellen Island, antes de regressar para a cidade. Nesta ilha fica o museu da imigração. Só que isso é só na volta. Deixa eu explicar o que vem antes. Mais fila, claro. Agora para uma revista mais detalhada que aquela feita na hora do embarque nos aviões. Prepare-se para retirar quase tudo que está usando. Velhinhas trêmulas eram obrigadas a tirar os casacos e blusões e ficar muitas vezes de regata porque os caras mandavam. Com tanto preciosismo, esta revista demorava alguns bons minutos, dentro de um pavilhão improvisado. Aí é só esperar a chegada do barco. Outra fila. Ele tem três andares e muitos vão se aboletar lá no alto para tirar a melhor foto. Nem precisa. Do segundo andar, tiramos fotos passando ao lado e na frente do monumento.
A ilha onde fica a estátua é pequena. Tem um restaurante, um centro de informações, uma lojinha de badulaques e a própria Liberdade, com um museu aos seus pés contando toda a história da construção, as reformas, o uso da imagem em revistas, troféus, quadros, etc. Mas antes de chegar no museu e subir neste terraço que fica embaixo dela, adivinha... Tem uma nova revista.
Os guardas mal encarados que parecem saídos de filmes dizem que não podemos entrar com sacolas, bolsas, garrafas de água ou alimentos. É preciso alugar um armário na loja para deixar as coisas. Custa um dólar e a máquina explica como fazer até mesmo em portugues. A gente grava as digitais e depois só com aquela digital para abrir de novo o armário. Finalmente, ingressamos em um novo pavilhão montado para a próxima revista. E aqui, meus senhores, o cuidado é ainda mais extremo. E por isso, exigiu de nós mais meia hora de espera, sendo que o armário, aquele da digital, só guardaria as coisas por duas horas. Depois, cobrava mais caro. A fila foi ficando imensa, imensa, fazendo voltas. Muita gente desistiu.
Desta vez, os guardas nos levavam para uma máquina que tinha nome de scanner. Parecia uma daquelas de tomografia computadorizada, só que em pé. A gente entra nela, abre os braços, o troço faz um barulho estranho e sopra um vento dos pés até a cabeça do analisado. Quando a luz verde acende, a gente pode sair. E aí, pegando os casacos todos de novo, vestindo as luvas, a toca, o protetor de orelha e lendo o aviso. Para o terraço da estátua são 156 degraus porque o elevador não está funcionando.
Não é mole. Cheguei lá em cima com a língua de fora. Aí tiramos umas duas fotos, uma panorâmica e descemos. Veja bem... neste ponto do passeio, a coisa já está bem cansativa. Se quiser, pode dar uma passada na loja para comprar lembranças da estátua. Tem bonés, imãs, camisetas, o diabo a quatro com a imagem da dita cuja. Se deu fome, o único restaurante serve aquela junke food, cheia de batata, cebola frita, bacon, ovos, hamburguer... essas coisas que me revoltam só de pensar.
Para esperar o barco de novo, siga a fila da direita no pier que é a de Nova Iorque. O que tem de gente indo na da esquerda e indo parar em Nova Jersey não é mole... Espera, espera... Chega o barco, sobe, ansiedade pra voltar logo pra cidade. Ah... não esqueça da parada em Ellis Island, aquele lugar que tem o museu. Dá um desânimo quando eles param lá. Eu e a Mari estávamos tão cansados que decidimos não ver o museu. Ficamos na balsa que pegou o povo que estava saindo de lá e finalmente, quinze minutos depois, sentíamos novamente o vento gelado de Battery Park.
Não sei nem dizer se vale a pena... É tanto stress para ficar tão pouco tempo na estátua... Se alguém quiser ir, é melhor tirar suas próprias conclusões. Passeio no inverno é sempre mais difícil. Quem sabe em outra estação, com um céu azul bonito, a estátua passe algo mais do que ser um simples cartão-postal.
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