Cinco dias em Florianópolis.
Vi muito sol.
Vi céu nublado.
Vi um dilúvio na terça-feira.
E só trabalhei.
Hoje, na saída da tv, fiz esse vídeo.
Dá até pra notar minha afobação.
É que na correria, a gente nem percebe...
Isso aqui é lindo demais.
quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Palavras são como a gente. Nascem, crescem e morrem. Não estou falando do dicionário, mas do uso informal, boca a boca ou até mesmo nos textos de tevê. Palavras ficam no dicionário e podem sair de moda. Eu não acho isso certo. Lembro da primeira vez que me pediram para evitar a palavra pobre e escrever carente. O argumento é que pobre seria pejorativo. Logo pobre que eu é tão curta e sonora. Não podia. E vieram muitos e muitos textos com pobres que viraram carentes. Algum tempo depois, carente ficou assim meio sem graça. Pode usar pobre, sim, me disseram. A moda estava de volta.
Outro exemplo: quem mora em vila, em bairro distante… Um colega chegou à RBS e trouxe a moda de que tudo era periferia. Até o que não era. Periferia da zona sul, periferia da zona norte, periferia do centro. Hoje, Regina Casé está condenando à morte a periferia. Já foi até o México e a Africa do Sul para mostrar as comunidades de lá. Isso depois de usar a palavra até em um programa com show musicais. Leiam o que eu escrevo: periferia está com os dias contados.
Palavras podem sair de moda como as gírias. Com a pressa do verão, com o tempo de uma novela, enquanto durar a fama de um artista. Bacana? Ninguém diz bacana hoje em dia. Massa? Deus me livre de usar essa expressão tão anos oitenta pra dizer que algo é legal. Legal. Legal ainda pode, não pode?
Palavras podem sair de moda como as gírias. Com a pressa do verão, com o tempo de uma novela, enquanto durar a fama de um artista. Bacana? Ninguém diz bacana hoje em dia. Massa? Deus me livre de usar essa expressão tão anos oitenta pra dizer que algo é legal. Legal. Legal ainda pode, não pode?
O medo da velhice está fazendo com que as palavras morram antes de muitos velhos. Velho, por sinal, não pode. Idoso é menos agressivo. Velho é caco, dizia uma tia minha com mais de sessenta anos. Os idosos, para mostrar que não tem nada a ver com isso, montaram grupos de convivência, onde dançam, cantam, conversam. Grupos de terceira idade. Mais uma mudança. Idoso já estava pegando mal, sabe. Tinha que ser terceira idade. Passou dos 55, 60 anos: terceira idade. Acho que não durou dez anos. Sim, terceira idade não pode mais. Ouvi esta semana a funcionária da companhia aérea chamar as grávidas, mulheres com crianças de colo e o povo da melhor idade. Melhor. É até discutível. E a terceira, vai pra onde agora? Virou politicamente incorreta.
Eu me considero um caçador das palavras perdidas. Ou um inconformado com a rapidez que elas vão embora. Pobre, velho, bacana. Elas não têm prazo de validade. Palavras são para sempre. Assim seja.
domingo, 14 de outubro de 2007
EU TENHO UM GENIUS
Realizei ontem um sonho de infância. Comprei na loja Superfestas do Shopping Bourbon Country o novo Genius. Era o último. A vendedora teve que ir até o depósito para buscar. 169 reais bem empregados. A moça não acreditou muito que era pra mim, queria embalar pra presente... pra quê? Foi só chegar em casa e eu pude brincar por um bom tempo, como se tivesse 8,9 anos. As luzes, os sons... que viagem. Deu vontade de assistir Balão Mágico na TV, comer uns bolinhos de arroz e ir correndo tomar banho antes do colégio. E na volta, jogar mais um pouco antes da hora do Sítio do Pica-Pau Amarelo.
sábado, 13 de outubro de 2007
CONFISSÕES PARA O MUNDO LER

Adolescentes escreviam suas confissões nos diários. Hoje, devem escrever nos blogs. E os adultos também. E as estrelas da TV também. Regina Duarte escreve sobre as viagens que fez pelo Brasil e pelo mundo. A eterna Viúva Porcina também gosta de indicar livros ou trazer trechos para seus leitores. Aguinaldo Silva, autor da novela das oito, comprou briga com o IBOPE por causa da baixa audiência dos primeiros capítulos. Carmo Dalla Vechia exibe o resultado do seu curso de fotografia. Priscila Fantin defende o amigo Reinaldo Gianechini, sempre alvo da boataria da imprensa. A ex-BBB Iris Siri Stefanelli, atual apresentadora do TV Fama, da Rede TV, disse que acabou o namoro com um magnata grego por falta de tempo. Fernanda Lima confessou ontem que está grávida: de gêmeos. Bah...
Acredito que os jornalistas são os que têm mais vantagens com essa enxurrada de blogs dos artistas. Tem pauta todo dia. Qualquer bobagem que eles escrevam, vira manchete. Exatamente porque são bobagens. Claro que a gravidez de gêmeos de Fernanda Lima rende uma nota. Principalmente porque ela substitui em um programa de TV a titular Angelica, grávida de 8 meses. Babyboom... Mas fora isso, não deve interessar para todo mundo o livro que a Regina está lendo ou a bolsa nova comprada pela Priscila Fantin.
Esse meu blog é uma maravilha por que ninguém lê. Por isso posso confessar que se todas essas bobagens escritas por famosos não interessam muito à humanidade, para mim, elas são um ótimo passatempo. Já descobri o prédio horroroso em que o Aguinaldo Silva morava quando deixou o nordeste para viver no Rio. Adorei as histórias da Regina sobre a ilha em que teve de dormir, no Piauí, que lembrava a Macondo de Gabriel García Marquez. Pra mim não são bobagens mesmo. E não só porque vieram de famosos. Blogs anônimos trazem maravilhas. Textos, fotos, histórias. Muitas histórias. Que venham elas, contadas como confissões, assim, desse jeito que eu faço. Eu me rendo ao meu e aos blogs alheios. É uma terapia do novo século. Eu confesso.
PS: Não desisti de ganhar o meu Genius...
Acredito que os jornalistas são os que têm mais vantagens com essa enxurrada de blogs dos artistas. Tem pauta todo dia. Qualquer bobagem que eles escrevam, vira manchete. Exatamente porque são bobagens. Claro que a gravidez de gêmeos de Fernanda Lima rende uma nota. Principalmente porque ela substitui em um programa de TV a titular Angelica, grávida de 8 meses. Babyboom... Mas fora isso, não deve interessar para todo mundo o livro que a Regina está lendo ou a bolsa nova comprada pela Priscila Fantin.
Esse meu blog é uma maravilha por que ninguém lê. Por isso posso confessar que se todas essas bobagens escritas por famosos não interessam muito à humanidade, para mim, elas são um ótimo passatempo. Já descobri o prédio horroroso em que o Aguinaldo Silva morava quando deixou o nordeste para viver no Rio. Adorei as histórias da Regina sobre a ilha em que teve de dormir, no Piauí, que lembrava a Macondo de Gabriel García Marquez. Pra mim não são bobagens mesmo. E não só porque vieram de famosos. Blogs anônimos trazem maravilhas. Textos, fotos, histórias. Muitas histórias. Que venham elas, contadas como confissões, assim, desse jeito que eu faço. Eu me rendo ao meu e aos blogs alheios. É uma terapia do novo século. Eu confesso.
PS: Não desisti de ganhar o meu Genius...
terça-feira, 9 de outubro de 2007
NOVO GENIUS JÁ ESTÁ EM FALTA NAS LOJAS AMERICANAS

O jogo mais pedido de todos os tempos esta de volta! Genius Simon, o clássico jogo que testa sua memória, agora com visual muito mais moderno e 3 novos desafios! Genius Simon Maluco, Genius Simon Surpresa e Genius Simon do Avesso. Ideal para desenvolver o raciocínio lógico e a memória do seu filho.Alimentação: funciona com 3 pilhas AA incluidas (try-me)Idade recomendada: a partir de 7 anosGarantia do Fornecedor: 3 meses (defeitos de fabricação)ref.: 16.80.22Fornecedor - Estrela
Comentários dos Clientes
VIVIAN de Fortaleza - CE, dia 10.07.2007
É o maior com certeza
Olha, fui à loucura quando vi este brinquedo. Tenho 34 anos e na minha época não pude comprar um Genius e hoje, graças à Estrela, esta marca maravilhosa de brinquedos, vou realizar um sonho de criança!
VIVIAN de Fortaleza - CE, dia 10.07.2007
É o maior com certeza
Olha, fui à loucura quando vi este brinquedo. Tenho 34 anos e na minha época não pude comprar um Genius e hoje, graças à Estrela, esta marca maravilhosa de brinquedos, vou realizar um sonho de criança!
Mas hoje à tarde, o novo Genius já estava fora do catálogo das Americanas. A procura deve ter sido muito grande.
GENIUS

Eu quero um Genius de aniversário. Alguém lembra do Genius? Acho que era da Estrela. Redondo, colorido, com pilhas. As luzes coloridas acendiam e a gente tinha que repetir a sequência. Quando acertava, também repetia o som que dava na cor. Quando a gente errava, dava um sonzinho chato de quem diz: errou, babaca...
Eu nunca tive um Genius. As minhs primas tinham. A Alessandra e a Adriana. A gente passava jogando aquilo, mesmo em dias de tempo bom e sol, perfeitos pra brincar fora de casa. A caixa do Genius era tri grande. Ou talvez nem fosse tanto. Eu é que era pequeno. Mas chegava a sonhar com aquele brinquedo. Nossa... Eu sonhava que tinha um, que guardava no quarto, na escrivaninha, do lado da pasta com os cadernos do colégio. E nunca tive.
Acho que o Genius era caro. E eu tinha poucas chances de ganhar brinquedo. Era na páscoa, no aniversário e no Natal. Só. Não tinha dia da criança pra mim. Eram dois dias depois do aniversário. Claro que ganhava um só presente. Só quem nasceu perto do Natal pode entender o que é isso.
E ontem, a Adriane D'Ávila me mostrou um folheto de loja, das Americanas, eu acho, com uma propaganga do Novo Genius. Deve ser o mesmo brinquedo. O design é que é diferente. Tudo mais moderno. Mais azul. Menos colorido. Putz... me deu uma vontade de ter um Genius. Cento e poucos reais. Quase o preço do perfume que eu uso e terminou e eu não compro há dois meses. O perfume ou o Genius? Pergunta complicada pra um libriano. O que vou me dar de presente amanhã?
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
OS ÚLTIMOS DIAS DA TORRE
Eu sempre soube que corria o risco de perder a vista das árvores. A cada ano surge um novo prédio. De tempos em tempos percebo que um pedaço de verde foi-se embora. Mas a semana passada, eu percebi, por acaso, assim, passando sem muita demora pela janela, que eu vou perder a torre da Claro. E justo por causa de um prediozinho de nada que nunca dei atenção ao tamanho. Ele foi crescendo, crescendo e as escadas dos operários já estão quase no mesmo nível da torre. Em breve é a construção que vai estar sobre ela. Tsc tsc tsc... Incrível como a gente perde coisas simples e importante na vida da gente. Não poderei mais dizer bom dia para a torre se a torre não estiver aparecendo na minha janela. Tsc tsc tsc...
Me sinto em dias de despedida. Até quando verei um lado dela? Quando o último tijolo esconderá o último pedaço da estrutura branca que fica colorida de noite? Não é uma torre qualquer. Experimente chegar na cidade, no fim da tarde. É uma referência, lá no alto, mais importante que qualquer torre das televisões locais. E eu podia ver daqui, da minha janela, só esticando o pescoço quando estava na sala vendo tv. Já vi raios cruzarem ao lado dela. Já vi nuvens bem escuras cobrirem o topo. Já vi ela apagada e acesa, com as mais diferentes corres, como se tivesse um comportamento racional. Uma pintura da minha janela. Com os dias contados. Sentirei a falta dela. Não é uma torre qualquer.
NO AR, MAIS UM CAMPEÃO DE AUDIÊNCIA

Um crime. É a primeira imagem que me vem à cabeça quando lembro de uma novela. Minhas irmãs foram a um baile e pediram que eu assistisse ao que iria acontecer em “Pai Herói”. Era sábado de carnaval. Fevereiro de 1979. A bailarina Carina Brandão, interpretada por Elisabeth Savalla, estava em Bariloche, na Argentina, na beira de um lago. Não sei porque ela tinha fugido, nem o motivo de terem ido até lá para matá-la. Mas a imagem do final do capítulo, com a protagonista da novela na mira da espingarda, eu jamais esqueci.
Durante a década de oitenta, eu assisti a todas as novelas da Globo, em todos os horários. É de 1985 a melhor trama exibida às 18h: A Gata Comeu, reprisada três vezes até agora. Fera Radical, de 1988, fica em segundo lugar, com minha musa Malu Mader no papel principal. Às 19h, ela também esteve em Tititi (1986), a segunda melhor do horário. Em primeiro, a clássica “Que Rei Sou Eu?”, uma sátira de capa e escada. Também nos anos oitenta figuram as campeãs do horário nobre. Na ordem, para mim, em terceiro fica “Roque Santeiro” (1985), em segundo “Tieta” (1989/90) e no topo do pódio, “Vale Tudo” (1988). Quem matou Odete Roitman?

Um crime, no final de setembro, de novo, parou o país. Para saber a identidade do assassino de Taís, a gêmea má de “Paraíso Tropical”, muita gente não saiu de casa. Eu tinha dois aniversários para ir. Em um salão de festas e em um bar. Nos dois locais, haviam aparelhos de tv para acompanhar o último capítulo. A apresentadora de TV Tania Carvalho disse que também foi a uma festa na noite de sexta, mas os convidados só começaram a aparecer lá pelas 23h, depois de saber o final da novela. Ela acha isso um absurdo. Eu fico entusiasmado. É como se as novelas continuassem tão boas quanto naquele tempo, em que eu adiava qualquer compromisso para assisti-las. Os crimes da ficção, pelo menos eles, continuam a chamar a atenção.
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
MUITOS ANOS DE VIDA

Eu tenho trauma de aniversários. Principalmente os meus. Não gosto de junção, de parabéns a você nesta data querida, de ter que beijar todo mundo, abraçar, agradecer a presença. Bah, que saco. ... Quando eu era criança, as festas eram imensas. Tinha muita gente, muita comida, muito brinquedo e pouco tempo pra brincar. Dos presentes eu continuo gostando. E das presenças também. Mas o evento, o ritual, isso tudo me deixa apavorado. Acho que não sei receber bem as pessoas, fico com medo de não dar atenção devida a todo mundo. E durante alguns anos da fase adulta, preferi passar sozinho ou com pouca gente. Até que conheci o Ziegler.
O Cristiano Ziegler tem prazer em organizar festas, em reunir o pessoal, em pensar no evento. Isso que falta em mim, ele tem de sobra. No ano passado, quando descobrimos que faríamos 32 anos quase na mesma data, ele teve a idéia de um aniversário conjunto. Dois Cristianos. Dois librianos. Os dois com 32 anos. No próximo sábado vamos repetir a dose. Mais uma vez ele organizou tudo. Lugar, bandas, a história dos brinquedos que distribuímos nas creches e valem desconto na entrada. Para acabar de vez com o trauma, vou comemorar de novo a data, no dia certo, dia 10, no PasseFica, bar da minha irmã, na República. Quem sabe eu passe a gostar mais do ritual depois de enfrentar a idade de Cristo?
O Cristiano Ziegler tem prazer em organizar festas, em reunir o pessoal, em pensar no evento. Isso que falta em mim, ele tem de sobra. No ano passado, quando descobrimos que faríamos 32 anos quase na mesma data, ele teve a idéia de um aniversário conjunto. Dois Cristianos. Dois librianos. Os dois com 32 anos. No próximo sábado vamos repetir a dose. Mais uma vez ele organizou tudo. Lugar, bandas, a história dos brinquedos que distribuímos nas creches e valem desconto na entrada. Para acabar de vez com o trauma, vou comemorar de novo a data, no dia certo, dia 10, no PasseFica, bar da minha irmã, na República. Quem sabe eu passe a gostar mais do ritual depois de enfrentar a idade de Cristo?
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