INDO PARA A AMAZÔNIA

Será que passa por cima de algum riozão assim para ir até o Acre? Acho que não, né? Eu sei que Rio Branco é banhada por um rio. Mas tenho certeza que não poderei postar fotos como estas quando voltar de lá. Não é por falta de vontade, Marcia Benetti. É que vou chegar às duas da madrugada de segunda. E vou sair às duas da madrugada de sábado. Ou seja, pela janela do avião, só terei a noite. Só vou ver rios e florestas de dia. E de baixo.

Programei este post para entrar no ar às 22h10min deste domingo, no exato momento em que termina a conexão em Brasília e o voo parte para o Acre. Amazônia, aqui vou eu. Fiquem em paz!

GORDA DO CAMARIM COMPLETA MEIO SÉCULO

Foi uma festa. Com direito a parabéns, dois bolos, muitos totós, branquinhos, negrinhos e uma aniversariante quase enfartando diante de todos. Rejane Bicca, nossa gorda do camarim fez 50 anos tão serelepe quanto uma criança. Olha a cara de espanto dela ao descobrir a festa... E nem imaginava que ganharia um microondas, seu sonho de consumo.



Rejane e a Alice, a maquiadora, se chamam carinhosamente de Porco e Leitão. Alice foi uma das organizadoras do evento, junto com a colega Karin Felix, que infelizmente não pode estar presente. Durante a semana, nós fizemos uma vaquinha para o presente e outra para os comes e bebes. Duas vacas, um porco e um leitão. Eta nóis! Mas foi maravilhoso ver a gordinha feliz da vida. Ainda mais porque a gente ficou incomodando que queria que ela fizesse alguma coisa para comer e a coitada u fritou pastel até de madrugada para nos trazer. Pobrezinha! Tinha mais era que chorar mesmo. De raiva da gente. E de alegria junto, claro.



Abaixo, eu e ela agarrada no cartao gigante, com a fotinho tirada 49 anos atras. O beiço era o mesmo. A queridice do docinho também.

DUDA VAI EMBORA

Hoje foi o último dia de trabalho da Eduarda Streb na RBS TV. Quando vim para Porto Alegre, em 1999, eu dividia as manhãs da reportagem com ela e com a Maria Paula Carvalho. Duda é daquelas pessoas sempre pra cima, até quando não está pra cima. Difícil ver ela reclamando da vida. Sempre está com aquele sorrisão escancarado, de orelha a orelha. Nos últimos anos, estivemos mais distantes, mas mesmo os encontros rápidos, pelo corredor, sempre me fizeram bem. Agora, ela vai alegrar os cariocas da SporTV. Beijo grande, Duda. Tu merece!

OLHARES PONTO COM

Meu contato com fotografia nunca foi profissional. Nem na universidade tive a chance de aprender um pouco. O laboratório da faculdade de jornalismo da UFSM ficou fechado durante os 4 anos que estudei lá porque o funcionário estava de licença ou algo parecido. Nem cheguei a conhecer o Victor Hugo. Foi no amadorismo que registrei minhas viagens, momentos felizes, natais, aniversários. E é no amadorismo que me meti em um site cheio de profissionais do mundo inteiro.

O site é o olhares.com. Não sei se foi lançado em Portugal, mas a maioria das fotos postadas parece ser de membros do país que descobriu o Brasil. Isto faz com que a gente possa descobrir um pouco daquela terra que também fala a nossa língua. Lisboa, Cintra, os campos do Alentejo. É tudo muito lindo e colorido. E é assim nos outros países para onde a gente viaja em cada clic.

O uso do site é gratuito para quem posta uma foto por dia. Quem quiser deixar mais do que um registro diário precisa pagar. É um euro por mês. Não acho necessário. Nem todo dia a gente tira uma foto legal para postagem. Até agora, só deixei fotos antigas. Quem quiser conferir minha galeria, pode passar no http://br.olhares.com/cdapoa

Garanto que o passeio vai ser irresistível. O Olhares tem diversas categorias para o seu desfrute. Abstrato, animais, arte digital, esporte e ação, espetáculos, fotojornalismo, gentes e locais, história, macro, moda, nus, paisagem natural, paisagem urbana, retratos e muito mais. Vale a visita. Pelo olhar carinhoso do gato, pela ousadia no nu na praia, pelo flagrante dos velhinhos, das paisagens, dos jogadores em extase depois do gol. Não deixa de passar lá.

NÃO DEU TEMPO

Quase uma semana depois, a Folha de São Paulo dá voz à Fátima Bernardes sobre o episódio do décimo terceiro jogador.

TARDE DEMAIS
Fátima Bernardes esclarece que não percebeu que disse, no "JN" de quarta, que torcida é o "13º jogador". Quando se deu conta, o jornal já tinha acabado.

SHOW DO MAGAL

Sidney Magal. Sucesso dos 70, mas a cara dos anos 80. O mergulho na década da minha infância se tornou bem engraçado através do som do robusto cantor. O show foi na madrugada de hoje, em Porto Alegre.

VOU PRO ACRE

Vai ser no final da semana que vem. O convite é do Consulado da Alemanha no RS que quer divulgar projetos em defesa das florestas tropicais. A viagem deve durar uns cinco dias, mas vai ser prorrogada. Vamos fazer umas matérias no estado. Acho que uma delas vai ser na Fundação Chico Mendes, em Xapuri, coordenada perla filha do seringueiro morto em 1988. Para quem ainda não acredita, poderei provar que o Acre existe. Aguarde!

O DÉCIMO TERCEIRO JOGADOR

Fui só eu ou o Brasil inteiro ficou se perguntando, no final do Jornal Nacional, quem seria o décimo segundo jogador no time do INTER? Depois de ver a empolgação da torcida colorada antes da partida contra o Flamengo, a apresentadora Fátima Bernardes disse que, com certeza, a torcida é o décimo terceiro jogador. Se temos onze em campo jogando, quem é o décimo segundo, senhora Bernardes??

O deslize de Fátima é perdoável. Ela é maravilhosa, sempre perfeita. Em um JN que agora se propõe a ser mais informal, o tropeço aproxima ainda mais a apresentadora do público, que também erra. Mesmo assim, aposto em uma correção bem humorada do senhor Bonner nesta quinta-feira. Deve ter... e bem no finalzinho do JN!




Abaixo segue a repercussão by Twitter:

marciotorva: Sempre falo besteiras, mas esta não é minha. "A torcida é o verdadeiro décimo terceiro jogador" Fátima Bernardes.

Peters1982: Comentário de Fátima Bernardes no JN desta noite: "a torcida do Inter é mesmo o 13º jogador"... décimo terceiro?

henriquesales: E a Fatima Bernardes falou que a torcida e o décimo terceiro jogador!!! Ahahaha mas quem e o décimo segundo???????

marininhaa: Fátima Bernardes: "O torcedor é mesmo o décimo terceiro jogador" - então me diz quem é o 12º, na minha época eram 11 num time de futebol

ferussa: Fátima Bernardes acaba de dizer que a torcida é o DÉCIMO TERCEIRO jogador. Tipo... QUEM É O DÉCIMO SEGUNDO? O goleiro reserva?

Gabrielquadros: Fátima Bernardes - A torcida é o décimo terceiro jogador mesmo! kuakuakuakuakuakua

adrianolepper: Fatima Bernardes: "A torcida influencia. É um décimo terceiro jogador mesmo". #WTF #lol

djumie: "a torcida é o décimo-terceiro jogador" by Fátima Bernardes.

daniel_lopes: no JN, Fátima Bernardes disse que a torcida do Inter vai ser "o décimo terceiro jogador". aí tmb é covardia...

carolini: Fátima Bernardes: "a torcida é o décimo terceiro jogador do time"

viniciusviegas: Fátima Bernardes acaba de dizer no Jornal Nacional: "A torcida é mesmo o décimo terceiro jogador"....

albanexx: "A torcida é o décimo terceiro jogador" - Fátima Bernardes, há pouco no Jornal Nacional

rafaelreclama: frase do dia: "quem sabe a torcida conseguirá ser, mais uma vez, aquele décimo-TERCEIRO jogador" - Fátima Bernardes, agorinha no JN

coffeedrop: fátima bernardes acabou de chamar a torcida de décimo terceiro jogador hahahahah

THE DAY WHITE

Incrível! Acordei e parecia que tinham pintado a janela de branco. Não dava para ver um palmo na frente do nariz. A visibilidade devia ser de poucos metros na rua. Só se enxerga os faróis dos carros bem da frente. Saí de casa, subi a Corrêa Lima e surpresa: acabou. No alto do morro Santa Teresa, o dia branco chegou ao fim. Céu azul e sol. Não resta dúvida de que hoje se confirmará mais uma vez aquele velho ditado sobrevivente às mudanças climáticas: cerração baixa, sol que racha. A previsão para a tarde é de temperaturas próximas dos 30 graus. E o que vou fazer com a camisa térmica que comprei no uruguai e uso neste momento? Bom, antes disso vou até Caxias trabalhar. E até lá terei muita neblina e certamente um pouco de frio.

Que simpático o Google, hoje. Homenagem à Ida, um fóssil de 47 milhões de anos, apresentado nesta terça-feira, e considerado fundamental para entender a evolução dos humanos.

SANDUÍCHE PREFERIDO

Doce com salgado. A mistura muito me agrada, principalmente no pão. No sanduíche que eu mais gosto vai nata, geléia de uva, salame e queijo (de preferência colonial). A ordem não altera o produto. Para mim, é a combinação perfeita.

Lembro que desde criança pedia " ponata" lá em casa. Pão com nata. Quando misturei os outros ingredientes, descobri a receita ideal. A doçura da geléia é quebrada com a natinha. Quando a gente espreme o pão para morder, vai escorrendo pelo canto. Bah... um manjar dos deuses.

Há alguns anos, eu era frequentador assíduo da padaria Casa do Pão, o ponto do taxista, na Avenida Venâncio Aires. Os funcionários já conheciam o pedido decór. Nem precisa pedir "o de sempre" que eles já sabiam. Quando vinha funcionário novo, sempre tinha surpresa. Nata e geléia de uva? Como assim? Como assim pergunto eu. Por que a surpresa? Um ingrediente completa o outro. É como goiabada e queijo.

Não é sempre que eu como. A última vez foi em um hotel de Gramado, no mês passado. É que o pote de nata estraga muito rápido. E se tenho em casa, me obrigo a comer de manhã, de tarde e de noite. Não que seja um problema. É uma delícia. Você já experimentou?

A SECA

Tanto falei sobre a série e não mostrei as matérias. Seguem os vídeos mostrando o que houve no RS, ARG e URU.

Municípios gaúchos em situação de emergência por causa da seca


Produtores argentinos enfrentam a pior seca desde 1961


Pecuária do Uruguai é uma das atividades mais prejudicadas pela seca

ANJOS, DEMÔNIOS, LIVROS E FILMES

Desisti de descobrir.
Procuro quem já saiba.
O que é melhor?
Ler o livro e depois ver o filme ou fazer o contrário?

Quem não ouviu uma opinião sobre isso? Eu já ouvi de tudo. O que posso anunciar é minha grande decepção ao assistir aos filmes baseados nos livros do Dan Brown. Os dois eu já tinha lido. E na hora de ver na telona: putz, nada a ver. O Código da Vinci eu achei arrastado, cansativo. Anjos e Demônios, que vi ontem, pareceu atropelado. Uma ação atrás da outra. E o pior de tudo foram as mudanças feitas no roteiro. O principal suspeito de ser o mentor da conspiração não aparece no filme. Sumiu, escafedeu-se. Substituíram por outro personagem. Justo o diretor da agência de pesquisa, um cara que vivia preso a uma cadeira de rodas, cheio de mistérios. Não estava. Nem foi falado dele no filme. Victoria, a cientista que ajuda o historiador a desvendar o mistério faz tudo isso porque o assassino matou o pai dela. Mas pergunta se o pai dela morreu no filme? Não. Não morreu e nem existiu. Victoria nunca fala nele. Até mesmo um dos maiores mistérios revelados no final, o de que o Papa teve um filho, foi ocultado na versão cinematográfica. Medo de ofender o Vaticano? Hahaha O que é um peido para quem já está cagado? É por isso que não sei mais o que fazer. Anjos e Demônios foi a prova de que uma narrativa eletrizante pode se tranformar em um filme insosso. Pelo menos para quem leu antes do que deveria. Ou não deveria?

ESTATÍTICAS DO YOU TUBE

Tá vendo o mapa aí em cima? Ele faz parte do You Tube Insight, uma parte do site que mostra os índices de visitação dos vídeos postados pelo usuário. Como dá pra ver, eu sou "only Brazil". Ou quase isso. 81 por cento dos meus vídeos, segundo os números mais precisos, foram vistos em terra brazuca. 18% em Portugal - olha só, quem diria? E tem mais: alguém abriu meus vídeos na Alemanha (1%) e no Reino Unido (1%).

Fiquei surpreso com as estatísticas porque não costumo trabalhar muito no You Tube, não. Tenho seis vídeos postados. O campeão dos campeões é o desmaio do prefeito de Ilópolis ao vivo no Bom Dia Tio Grande, que foi visto 69.124 vezes até agora. Depois vem a velhinha alemã de Santa Cruz que usou palavras de baixo calão para responder à repórter Fabiana Piccinin (15.512 visitas). Eu era editor do JA na época e guardei a pérola para que o You Tube conservasse para sempre. Em terceiro, minha edição do show do James Blunt em Porto Alegre, visitada 2.124. vezes.

Outros dados interessantes. Quem acessa meus vídeos? O You Tube diz que 65% foram homens. E a faixa etária dos que visitante varia bastante. A maioria deles tem entre 35 e 44 anos.

E outra: o site também mostra qual a parte do vídeo mais assistida pelas pessoas. Sim, porque tem gente que vai direto no ponto que mais quer ver quando o negócio tem longa duração. É possível ver isso em todos os vídeos postados. O do prefeito, tem audiência total em seus 22 gloriosos segundos.

Para quem ainda não viu, segue o desmaio. Fiquei sabendo que o prefeito só assistiu no ano passado, mais de dez anos depois, quando foi convidado para os não sei quantos anos da RBS TV Santa Cruz.

É BOA ESSA PARIS !

Eu conheci um pouco da cidade. Os pontos mais importantes, eu diria. Não tive tempo de ir em muitos lugares. Trabalhava até 17h e depois já estava quase anoitecendo. Mas tudo o que vi foi bom demais. Não tive 10 dias como a Lilian Lima. Fiquei com aquele gostinho de quero mais. Como dá pra perceber no vídeo, foi difícil entrar no Arco do Triunfo. Conseguimos depois de muito tempo. Entrei eu e o cinegrafista Cristiano Mazoni, ele carregando a câmera e já fomos barrados pelos policias franceses. Tinha que pagar e a gente estava sem um tostão. Eles falavam ao redor de nós, tudo em frânces, claro. E eu, com a maior calma do mundo: "Ué, a Márcia não pediu autorização para vocês?" Márcia Mandagará é a chefe de redação do Canal Rural aqui em Porto Alegre. Mal sabe ela que usei o seu nome em vão. Em vão mesmo. Os caras nos correram e tivemos que sair depressa para não acabarmos presos. Imagem sem autorização da prefeitura de Paris, não pode!

PARIS, 6 MESES DEPOIS

A Torre Eifel está fazendo 120 anos hoje. E eu só a conheci em outubro do ano passado. Incrível como o tempo passa... Parece que foi ontem que eu estava em Paris sem saber como reclamar o passaporte não carimbado, como pedir o recibo do táxi, como chegar no hotel, como implorar por um filé sem sangue. Este videozinho mostra um pouco da chegada e da tentativa de falar com o taxista por mímicas ou num grotesco português. Nenhuma das duas adiantou. Mas no final, tudo acabou bem.

MEU VOO DE BALÃO

Nunca mais outra vez. Sempre digo isso quando lembro do meu único passeio de balão. Foi em 29 de janeiro de 2005, durante o Fórum Social Mundial. A ONG WWF queria mostrar alguma coisa sobre a importância da água e para isso convidou os jornalistas para um passeio sobre o Guaíba. Na primeira viagem, fomos eu, o cinegrafista Sérgio Rosa e mais um integrante da ONG. Mal o balão tinha subido e ele quis descer um pouco, quase sobre o espelho d'água do Guaíba, para coletar a água. Como diria a colega Simone Müller, do SBT, "era óbvio que ia dar merda". E deu.

O balão foi descendo, descendo... e quando encostou na água, deu um solavanco e começou a encher. Eu só fiquei apavorado quando meus tênis já estavam ensopados. O Serginho parou de gravar e o cara da ONG começou a enviar sinais de alerta. Foram minutos de pânico, assim, no meio do Guaibão. De repente se aproximaram umas lanchas. A guarda costeira, disse o cara. Sei lá. Chegaram perto e eu achei que iriam nos resgatar. Mas não. O sujeito pediu uma mão para tirar o balão da água, soltou uma nova baforada de fogo dentro dele e nos jogou no céu de novo. Quase que eu me joguei de tanta raiva.



Quando está lá no alto, até que a paisagem impressiona. A foto que tirei no meu antigo V3 mostra as ilhas. E é um voo tranquilo, calminho, parece que a gente está parado lá em cima. O que me faz detestar tanto o balão é aquel maldito fogo que mantém ele voando. É quente demais. Nunca senti tanta falta de um chapéu ou de mais cabelo nem que fosse. Parecia que o cocoruto da minha cabeça estava sendo assado. É sério. Um calor insuportável. Eu já tinha até desistido de gravar passagem para a matéria. Naquele aperto da cesta do balão, suado ao extremo, furioso, eu era a vermelhidão em pessoa. Não via a hora de o passeio chegar ao fim. Mal sabia que o problema estava apenas começando.

Esse negócio de deixar suspense no final do parágrafo não é meu, não. É coisa do Dan Brown. Como acabei de reler Anjos e Demônios para ver o filme no fim-de-semana, peguei a mania de fazer tchan tchan tchan tchan para manter o mistério e prender o leitor.

Mais de meia hora de voo e o sujeito da WWF disse que iríamos pousar em um campo em Guaíba (no município). Equipes de apoio já estavam indo para o local onde iriam nos esperar. Só que o mesmo cara que nos jogou na água acabou fazendo uma aterrisagem mal sucedida no lugar errado. Nào foi no campo combinado com as equipes de apoio. Foi em um campo do exército, com cercas altíssimas e sem nenhuma pessoa paar abrir os portões naquele sábado tranquilo.

Não preciso dizer que a matéria não entrou no Jornal do Almoço, né? Ficou para de noite. Embarrados e ainda úmidos pelo lago que banha a capital, só conseguimos chegar na redação na metade da tarde. Isso de pois de meio mundo acionar o exército e nos tirar de lá. É por isso que não pretendo voar de novo em um balão. Tem coisas que a gente não precisa passar duas vezes.

ELE AINDA ESTÁ SE LIXANDO

Conheci o deputado Sergio Moraes quando ele era prefeito e eu trabalhava na RBS TV de Santa Cruz do Sul. Ele é um político muito popular na região. Tanto que elegeu deputada e depois prefeita a mulher dele, Kelly Moraes. Na época em que eu estava lá, a repórter Dalcira de Oliveira fez uma matéria denunciando o uso de um telefone da prefeitura que havia sido instalado na casa do pai do prefeito. Sergio ficou furioso. Proibiu todos os funcionários da prefeitura de darem entrevistas para a Dalcira. É essa mesma brabeza que eu vejo agora, quando ele diz que está se lixando para a opinião pública. A imprensa nacional caiu de pau em cima dele. E nesta terça o deputado disse que não se arrepende. Talvez esteja aí o maior defeito dele: não saber reconhecer os erros. Não pode. Se disse uma frase infeliz, se usou uma palavra mal colocada, pede desculpas, diz que não quis dizer o que disse. Pior é não se arrepender de um erro que todo mundo condena. Mas como ele está se lixando para a opinião pública, nada mais natural que isso.

PS: Nesta quarta-feira, o repórter gordo e cabeludo do programa Balanço Geral da Record RS vai entregar uma lixa gigante ao Sergio Moraes. Ele estava no aeroporto, a caminho de Brasília. O deputado ficou furioso e disse que não aceita presentes da imprensa. Impagável! Quero ver!

PEDRADA NO PARA-BRISAS

Foi no sábado, quando viajava para comemorar o dia das mães junto da minha. Na saída de Porto Alegre, na Vila Areia, um barulhão, como se tivesse explodido alguma coisa. Na hora pensei que pudesse ser o pneu. Mas não parei para não ser assaltado pelos bandidos. Eram nove da manhã. Alguns quilômetros depois, percebi que o barulho era de uma pedrada que atingiu o para-brisas do carro, no canto direito. Rachou um pouco. Fiquei preocupado.

Na volta para a capital, no dia seguinte, a coisa piorou. Durante uma ultrapassagem, houve uma expansão das rachaduras. Na segunda, no final do dia, depois do carro ficar a tarde toda no estacionamento da tv, percebi que a coisa estava ainda mais complicada. Liguei para a Ford. 800 reais o preço do vidro e 40 de mão-de-obra. Mais de mil reais no vidro. Tudo por causa da maldita pedra,

Eis que surge o seguro para me salvar. O Unibanco vai pagar a conta do azar. Me indicaram uma loja no bairro Petrópolis, Rey dos Vidros. fazem tudo em duas horas. E só não vem até a minha casa porque eu teria que ter duas garagens, uma para o carro deles ficar do lado. Eu terei de pagar apenas 60 reais. Digo apenas porque parece pouco diante de mil reais. Fiquei satisfeito. Agora falta agendar o conserto. Farei isso na manhã desta terça-feira. Nem adianta pedir para você ter cuidado na saída da cidade, né? Essas coisas quando têm que acontecer...

REPÓRTER DE NOVELA

A teledramaturgia brasileira nunca consegue mostrar jornalistas do jeito que são os jornalistas. Fiquei sabendo neste fim-de-semana de uma notícia que talvez, quem sabe, todavia, mude esta minha opinião. Ela começou a ser consolidada há uns 25 anos, quando UM SONHO A MAIS brilhava no horário das 19h da Globo. A repórter de tv era interpretada pela atriz Ciça Guimarães. Amélia Bicudo se chamava a moça. Era chata, chata, chata. E terminava todas as suas matérias dizendo assim: Amélia Bicudo para o Jornal do Amanhã. Mais tarde, Ciça virou repórter mesmo, do VIDEO SHOW, e era chamada de a garota que quebra o côco mas não arrebenta a sapucaia. Mesmo assim, Amélia Bicudo permanece na minha memória como a chata mór.



Todos os jornalistas que vieram depois também não retrataram a realidade. O que era o Zé Bob de Carmo Dalla Vechia em A FAVORITA? Um repórter de política que andava só tirando fotos e cobria eventos sociais.

Falei de tudo isso para chegar na notícia da Folha.
A atriz Camila Morgado interpretará uma jornalista de TV que poderá entrar no ar em tempo real comentando uma notícia do dia sobre a crise econômica mundial, um dos temas da trama de Manoel Carlos. As cenas reproduzirão formatos jornalísticos. O autor ainda não definiu se a personagem de Camila, Malu Trindade, trabalhará em uma emissora aberta ou em um canal pago. "Os boletins aparecerão sempre que houver notícia relevante. Nesse caso, poderão ser gravados no próprio dia ou até mesmo realizados ao vivo", conta Manoel Carlos, autor que gosta de tratar de assuntos "quentes". Ele vive dizendo que, se pudesse, escreveria o capítulo no dia de sua exibição. Apesar de especializada em economia, Malu tratará também de outros assuntos, dependendo da conveniência do autor. Ou seja, se a novela estivesse no ar hoje, ela provavelmente falaria de gripe suína. Os boletins ao vivo, diz o autor, vão depender "da evolução dos acontecimentos". A narrativa de "Viver a Vida", no ar a partir de setembro, começa em 2007. Na primeira semana, Malu aparecerá em boletins gravados com muita antecedência, falando dos primeiros sinais de crise e da própria crise, já em 2008. Uma semana depois, a novela entra em 2009. "A partir de então, estarei tratando de acontecimentos de acordo com o que estiver em pauta na TV", diz o autor.

É no mínimo uma inovação. Camila Morgado tem uma voz forte, até demais para o seu tipo mirrado, e é uma boa atriz. Vamos ver se não me faz passar vergonha. Só quero ver.

A MÃE E EU

Tudo de melhor pra minha mãezinha.

QUEBRA-CABEÇA

ARTE É ARTE

Bora mudar de saco pra mala que eu já cansei de falar de seca. Hoje li um post do blog do Silvio Barbizan sobre uma obra de arte que fica exposta no parque Marinha do Brasil, aqui em Porto Alegre. Gostei do comentário do José Mitchell dizendo que aquela é uma das obras de arte mais feias que ele viu na vida. Arte é isso. É amar, é odiar, é discutir. Se gera comentário é porque é arte.



Nunca vou esquecer quando o Gerson Cruz, meu chefe na RBS TV Santa Cruz, mandou o cinegrafista Julio Bertagnolli fazer imagens de uma exposição para o Jornal do Almoço. O Julio foi e voltou desanimado. Disse que chegou no local indicado e havia apenas um espelho no centro da sala. Nada mais. Ele perguntou para um cara que estava ali se ainda estavam montando a exposição. O cara não gostou muito da pergunta, disse que a peça já estava montada. Era aquilo ali. Um espelho no meio da sala. E emendou: "Arte é arte". É isso aí. Arte não é que nem gosto. Gosto não se discute.

SECA NO SUL DO CONTINENTE

SEGUNDA 19H NO CANAL RURAL

NÃO PERCA

UM PUNHADO DE GOTAS

Juro que eu queria postar aqui um vídeo mostrando uma daquelas chuvas de lavar a alma. Viajei para o Uruguai com a máquina pronta para isso. Lavar a alma com chuva é tudo o que os trabalhadores rurais uruguaios mais desejam ultimamente, assim como os do sul e noroeste gaúcho. Mas nada. No caminho para cá veio isso aí que está no vidro da frente do carro: um punhado de gotas. Nada mais que isso.

Em Rivera, choveu menos de um milimetro. E não garoava há mais de um mês. O povo da fronteira está acostumando os olhos com o marrom poeirento que cobre os campos. Mas não se acostuma com os efeitos desta seca toda. Visitamos a propriedade da Dona Célia, uma uruguaia que fala pelos cotovelos. Ela e o marido têm vacas de leite. Sem água nos açudes e sem pasto no potreiro, os bichos reduziram quase pela metade a produção. Os donos tiveram que tomar um decisão difícil, no meio da crise. Tiveram que dizer aos clientes que não poderiam mais atendê-los porque não tem leite suficiente para todos.



No final do dia, uma imagem que não me sai da cabeça. Seu Milton levando os bois pela estrada atrás de algum vizinho que tenha água. Nos campos dele, não existe mais. Nem na nascente do Rio Ibirapuitã, nem em lugar algum. Pessoas e bichos que passam sede deixam qualquer um impressionado. E a seca que levou a água embora, também acaba com o otimismo dos produtores. Perguntei para quando ele esperava uma chuva. Seu Milton foi rápido. "Não espero. Cansei de esperar. Não tenho mais esperança", disse. É o efeito de um punhado de gotas...

OS MONSTROS DO URUGUAI

Os proprietários do hotel Rotta, em Porto Xavier, fazem questao de exibir a cabeça de suas conquistas na parede do restaurante. Os peixes são enormes mesmo. Dá até medo de vê-los assim, de boca aberta, como se estivessem esperando uma presa.



Todos foram pescados no Rio Uruguai, em tempos melhores. A estiagem não diminuiu apenas o nível das águas. Também dificultou a pesca. Dourados e surubis como estes, são cada vez mais raros na fronteira com a Argentina.

e

ATOLADO NA SECA

A foto acima foi tirada pouco antes do tanque com 10 mil litros d'água ser despejado em um açude. O funcionário da prefeitura dirigia o trator que puxava o tanque e quis mostrar o esqueleto de um peixe bem lá no meio da terra seca. Aí não dá pra ver o que aconteceu depois. Mas ele acabou completamente atolado no açude. Saiu de lá depois de muito custo, embarrado até o joelho. É uma prova de que, embora pareça terra firme, o açude é traiçoeiro. Não dá pra andar sobre ele, não.

O PARAÍSO FICA AQUI

É um lugar que ninguém espera encontrar pela frente quando viaja em busca dos das municípios que sofrem com a estiagem. Mas de repente, surge este cenário. Um riacho que parece saído de um quadro, de um desenho, de uma história de fantasia. A água é tão limpa que se enxerga o fundo com mais um de metro de profundidade. A paisagem é serena, tranquila. Dá vontade de atar uma rede nas árvores e passar a tarde ali, ouvindo o barulho da água, até sentir vontade de cair na sanga e matar o calor. Um paraíso diante dos nossos olhos, no interior de Porto Xavier.



O dono de tudo isso é o Seu Evaldo Rilialva. O agricultor diz que não existe uma vertente como a dele na região. Sempre teve água. E ainda tem em abundância. O riacho corre nos fundos da propriedade e ele construiu na margem um trampolim de madeira para a alegria dos netos. A gente só conheceu a sanga do Seu Evaldo porque ela é um dos pontos onde a prefeitura busca água nos caminhões-pipa para distribuir nos açudes que estão secos na vizinhança. E açude seco é o que mais tem. Por isso, quatro tanques carregam 170 mil litros de água por dia.



Nós acompanhamos o trajeto de um dos caminhões. Ele retirou 10 mil litros da água da sanga do Seu Evaldo. De lá, seguiu para uma propriedade a uns dois ou três quilômetros, onde os animais estão sem o que beber.



A operação toda durou menos de uma hora. A água foi despejada em um dos cantos do açude. Mas não deu para encher nem 25% da área dele.



Como o Seu Afonso nos contou e eu relatei no post anterior, a água que se espraia pelo açude seco não dura mais do que dois ou três dias. E não é porque os animais se atraquem a beber, mas porque a terra suga e o sol faz evaporar com facilidade. Enquanto a chuva não vier, o mais comum é encontrar açudes vazios. A prefeitura nunca será tão rápida quanto a seca.

O POÇO DO SEU AFONSO

Quando decidiu comprar um pedaço de terra no interior de Porto Xavier, na fronteira do Brasil com a Argentina, Afonso Theis só tinha uma coisa na cabeça. "Queria um sítio que tivesse uma boa vertente, para que nunca faltasse água", conta ele. Por mais de trinta anos, o lugar foi um paraíso. "Tinha água para a gente beber, para usar no banheiro, para lavar roupa. E nunca precisei usar o poço para matar a sede dos bichos, porque eles tomavam água no açude." Foi assim até mesmo durante a seca de 2004/2005, uma das maiores dos últimos anos. Mas o poço do seu Afonso, agora, está secando.



O senhor de 72 anos não sabe mais o que fazer. É só puxar um balde de água e a vertente não enche mais o poço. Não é como era antes, quando ele tirava o quanto queria e sempre tinha água lá dentro. Agora, o que sai do poço é dividido entre a família e as vacas que estão no pasto. E elas, magrinhas, nem tem mais o que pastar.
Uma vez por semana, um caminhão pipa despeja 10 mil mitros de água no açude. A fartura dura pouco. No mesmo dia, a água já foi toda embora. Seu Afonso não é nada otimista. "De agora em diante só vai piorar", profetiza.